Quando frequentava a faculdade da Artes Plásticas, minha professora de história da arte nos ensinou a observar cada obra de arte e não apenas olhar, sem conseguir chegar a nenhuma conclusão. Então ela pediu que cada uma das 120 alunas que estavam presentes aquele dia na sala de aula, descrevessem a sensação que sentiam ao observar determinada obra. Depois ela recolheu os papeizinhos e leu todos eles para nós. Ficamos sem palavras, ao perceber a forma como cada um tira as suas próprias conclusões. Mas o mais importante desta experiência foi perceber que cada um de nós somos capazes de expressar nossos sentimentos de forma diferente, isto porque cada um de nós é único e o nosso sentir, em determinado momento, não é o mesmo se fizermos a mesma experiência em outro momento. Já me vi lendo poemas de meus amigos e deixando comentários. Uma vez, deixei dois comentários no mesmo poema e quando fui ver, tempo depois, havia muita diferença de um para outro. Cada um transmite o que sente de forma diferente. Quando escrevo, as palavras aparecem como se surgissem do nada e eu muitas vezes me pergunto de onde foi que tirei aquela ideia. Normalmente é na calada da noite que eu acordo (sempre deixo um caderno e uma caneta ao lado da cama), já com um poema formado na minha cabeça. Então passo rapidamente para o papel, para não esquecer no dia seguinte. Mas por que estou escrevendo tudo isso? Simplesmente para agradecer a todos os poetas virtuais ou não, que dedicaram alguns minutos preciosos de suas vidas para ler os meus poemas. Isto é muito gratificante, mas eu ficaria ainda mais feliz se pudesse conhecer um pouquinho mais cada um de vocês.
Débora Benvenuti

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