Nesses
tempos difíceis de Covid 19, meu neto estava questionando a mãe dele porque
queria um brinquedo novo. Então disse para ele que brinquedo não se ganha todos
os dias e que neste momento não era possível comprar um brinquedo. Então
resolvi contar para ele como brincava quando era pequena. Contei que uma vez
havia ganhado uma boneca da minha mãe e que brincava com ela na varanda da
minha casa. Em dado momento, eu entrei e quando voltei à varanda, a boneca não
estava mais ali. Então corri para dizer para a minha mãe que a boneca havia
sumido. Minha mãe então me disse que a boneca havia sido roubada e que eu não
soubera cuidar da boneca que ganhara. Por este motivo, eu nunca mais ganharia
outro brinquedo. Ao que meu neto retrucou: Por que deixou a boneca no chão? Por
que não levou ela contigo? Respondi a ele que eu não sabia que a boneca ia ser
roubada. A partir daquele dia eu nunca mais tive outro brinquedo. Passei a
brincar com caixinhas e vidros de remédio vazios. Quando fiquei maior, meu
irmão fazia os meus brinquedos cortando lata de azeite vazia e soldando com um
soldador que havia ganhado de nossa mãe. Ele ficou calado por alguns momentos e
logo me disse assim: sabe vovó, eu quero te ajudar a encontrar a tua boneca.
Vamos procurar? Então eu disse para ele que eu tive outra boneca, bem maior que
aquela que tinha sido roubada. E que essa boneca até falava e me chamava de
mamãe. Ele então quis saber onde estava essa boneca, ao que respondi pra ele:
essa boneca é a tua mãe!
Débora
Benvenuti
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