
A
Ilusão era um ser incompreendido. Acreditava que o mundo em que vivia era lindo
e maravilhoso. Via tudo por um ângulo que distorcia completamente a realidade.
Já a Esperança era um pouco mais contida, mas mesmo assim, vivia sempre com o
coração repleto de sonhos que nunca se realizavam. A imaginação era a mais
sensata das três amigas. Observava as duas a confabularem e muitas vezes
era preciso interferir no sonho das duas, porque percebia o quanto era triste
viver iludida e muito mais, viver esperando que um sonho se concretizasse. Se
era sonho, era apenas para ser sonhado. No momento que o sonho deixasse de ser
sonho, não seria mais sonho, seria realidade. E era nesse momento que o perigo
aparecia. A decepção era a grande aliada da realidade e era a causadora dos
mais maléficos de todos os males, porque ia deixando um rastro de destruição,
impossível de ser contido. Como era delicada essa situação! Por mais que a
Imaginação tentasse explicar que os sonhos muitas vezes são o reflexo do nosso
inconsciente e portanto, jamais vão acontecer da forma como imaginamos? E como
tirar a ilusão da Ilusão, se era disso que ela vivia? A Imaginação também
muitas vezes se deixava influenciar pela Ilusão e pela Esperança. Por esta
razão, toda a vez que percebia que estava se deixando enganar, procurava logo
um meio de contornar a situação e dizia a si mesma que não podia se deixar
enganar pela aparência das coisas e sim, observar tudo o que acontecia ao seu
redor e separar o joio do trigo, porque ambos eram muito parecidos em sua
essência e podiam enganar facilmente quem estivesse despreparado , e não
percebesse que a Ilusão era só passageira e a Esperança, um bonde desgovernado
viajando em alta velocidade, ninguém sabe para onde.
Débora
Benvenuti
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